domingo, 28 de junho de 2015

NÃO À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA


Já escutei pessoas dizendo: ¨Eu não gosto disso, mas tenho curiosidade¨.
Curiosidade de quê? De saber por quê usamos branco? Por quê tocamos tambor? Talvez, essa curiosidade esconda uma repressão que impede suas próprias raízes que gritam dentro do seu ¨eu interior¨ por liberdade! Devido à cultura que reprimia e obrigava os negros escravos a cultuar os santos da igreja, que acabaram sendo associados aos Orixás da cultura Afro, devido aos castigos aplicados aos praticantes do culto aos Orixás. A partir daí essa proibição se arrasta pela sociedade como um vírus alojado dentro dos templos cristãos. Essa curiosidade, não é apenas uma curiosidade, mas sim a súplica das suas próprias raízes, que anseiam a liberdade, liberdade essa que foi negada durante anos a fio e que agora espera o momento de poder se expressar! Nós praticantes do culto aos Orixás, não temos dúvida da origem dessa curiosidade, pois somos descendentes das senzalas que a noite abrigavam os escravos que ascendiam suas modestas lamparinas e recebiam seus Orixás, Caboclos, pretos velhos e seus Exus Guardiões. Orixá é vida, é a palavra de acalento, é a mão que aponta o caminho, o ar que passa por nossos pulmões, a terra de onde tiramos o alimento, o fogo que consome e aquece, a mata misteriosa e seus remédios, rios e cachoeiras que inconsequentemente destruímos, o raio que ecoa, a chuva que faz brotar as sementes, as pedreiras de onde roubam os cristais e os minerais e o mar que mata a fome de muitos que não tem mais de onde tirar.
É isso que significa ser do santo, meus amigos e irmãos.
Que Dona Maria Mulambo continue plantando essa semente que cresce a cada dia em prol da evolução do espírito e do acalento nas horas de dor que passamos nesse plano!
Diga não à intolerância religiosa!
Alexandre D´Obaluaê
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