sábado, 25 de abril de 2015
EXU - mocinho e vilão
Exu
é a figura mais controversa entre
os orixás,
o mais humano, senhor do princípio e da transformação. Deus da
terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se
multiplica e se transforma na unidade elementar da existência
humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no
seu dia
a dia. Muitas
são as confusões e equívocos relacionados à
Exu, o pior
deles o associa
à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a
maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia
entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as
contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é
totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz
de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra. A cultura
africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e
mal; sabe-se aqui que o bem de um, pode perfeitamente ser o mal de
outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de
bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu,
para que ele seja, no seu cotidiano,
a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade. Exu
é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade,
e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido
pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto,
quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o
negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo
catástrofes e dissabores. Exu é a figura mais importante da cultura
Yorubá.
Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que
se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumare.
Exu é
o Orixá da comunicação, portanto permite
a
ligação
entre os
planos espiritual e material,
entre os orixás e os homens. Exu é o dono do mercado, o seu
guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com vendas
devem agradar a Exu. As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem
sempre o primeiro bolinho a Exu, atirando-o à rua, não só para
vender bem, mas também para
afastar as perturbações, evitar assaltos, etc, ou seja, para que
Exu seja de fato um guardião e proteja o seu negócio. É importante
ressaltar que Exu não tem amigos nem inimigos. Exu protege sempre
aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores. Exu foi a
primeira forma dotada de existência individual. Não se sabe ao
certo a sua região de origem na
África, pois em todos os reinos se presta culto a Exu. Em seus
trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos, feitiços e magia
negra, feitos por espíritos zombeteiros.
Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos
obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que
possam cumprir suas penas em outros lugares do astral. Seu dia é a
Segunda-feira. Sua roupa tem as cores preta e vermelha, podendo
também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da
irradiação a qual correspondem. Além
da
vestimenta, fazem
também
o uso de cartolas ou chapéus, capas e até mesmo bengalas e punhais
em alguns casos. A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o
seu grau evolutivo, função, missão e localização. É claro que
em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Já
foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina: com ternos,
chapéus, etc. Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre,
honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exu. Os Exus
usam as ferramentas que sabem usar: a força, o medo, as magias, as
capturas, etc. Os métodos podem parecer, para nós, um pouco sem
amor, mas eles sabem como agir quando necessitam que a Lei chegue aos
planos espirituais mais baixos.
Eles ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não auxiliam
aqueles que querem cair nas trevas. Quando a Lei deve ser executada,
Eles a executam da melhor maneira possível doa a quem doer. Os Exus,
como executores da Lei e do carma, esgotam os vícios humanos, de
maneira intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio
veneno, como se fosse a picada de uma cobra venenosa. A Lei é sempre
justa, às vezes somente um tratamento de choque remove um espírito
do mau caminho. E são os Exus
que aplicam o antídoto para os diversos venenos. Os Exus estão
ligados de maneira intensiva com os assuntos terra-a-terra. Quando a
Lei permite, Eles atendem aos diversos pedidos materiais dos
encarnados. Muitos
anos de incompreensão religiosa, aliados a um sincretismo mal feito
com a doutrina católica e um aprendizado
incompleto
dos
novos donos de terreiros, são os principais motivos para a deturpada
visão que ainda hoje se tem do Exu. Mas bem diferente do diabo
cristão, essa energia
tem fundamental importância, interligando e dinamizando os diversos
planos em que se divide a Criação. Aliás toda pessoa tem seu Exu
particular, responsável pela força necessária ao seu
desenvolvimento. Os Exus
são
espíritos ainda na fase de elementares, pois evoluem dentro das
determinadas funções cármicas
e grupos ou falanges atuando
na cobrança do carma,
exercendo
suas
diversas
funções.
Nada
acontece de cima
para baixo de qualquer forma como se o carma
fosse algo sem rumo que
se manifestasse espontaneamente. Existe direção e controle para
tudo, e quem o faz são os Exus
de Umbanda que
aplicam as Leis Superiores aos casos cármicos.
Exu
de Umbanda não é portanto,
um
Ser Espiritual trevoso, um agente do mal. Pelo
contrário, Exu
é antes de
tudo
um agente
da Justiça, um
amparador e
condutor
da
magia com responsabilidades definidas perante os tribunais
cármicos
e
executor fiel das Leis de Cima para Baixo. Os Exus
atuam mais nos serviços diretamente
ligados aos desejos e vontades humana,
e
talvez seja por isso que a maior parte das pessoas ainda acreditam
que
Exu é
o rei da barganha, que faz o mal em troca de alguma coisa. A verdade
não é bem essa. Exu
trata
com
verdade
dos problemas mais ligados
à matéria, tais como demandas, trabalho, dinheiro, etc, mas um Exu
jamais dará a alguém algo que este não mereça. O inconsciente é
a parte da mente humana onde estão armazenados desde os processos
instintivos, até aos traumas, recalques e mesmo a violência. No
inconsciente são armazenadas todas as lembranças das encarnações
do indivíduo e este é praticamente desconhecido por todos nós. Ele
é liberado apenas nos chamados atos falhos, nos sonhos e nas
neuroses e psicoses. Pode-se entender
agora que o médium mostra seu próprio interior quando no
ato da
incorporação dos Exus
guardiões. O
Exu guardião realmente
executa uma espécie de terapia, pois ao permitir
que o médium
coloque
suas
mazelas para fora, está
o ajudando a se melhorar, para no futuro nas encarnações vindouras
poder ser um
bom
veículo de suas palavras e poder passar suas mensagens sem
distorções. O chamado Exu
zombeteiro
é tido como o marginal da espiritualidade, aquele sem luz, sem
conhecimento da evolução, trabalhando na magia para o mal, embora
possa ser despertado para evoluir de condição. Já o Exu
guardião,
é um
espírito trabalhador,
evoluindo e trabalhando para o bem, por ser força que ainda se
ajusta ao meio, nele podendo intervir, como um policial que penetra
nos reinos da marginalidade. Não se deve, entretanto, confundir um
verdadeiro Exu
com um
espírito zombeteiro, mistificador, obsessor ou perturbador. Os Exus,
estão também, divididos em hierarquias, onde
temos desde Exus muito ligados aos Orixás até aqueles Exus ligados
aos trabalhos mais próximos às trevas.
Além
destes aspectos já abordados, vale
a pena
mencionar os diversos níveis vibracionais, onde os espíritos
ligados à Terra, habitam. Estes níveis são e foram criados de
acordo com cada grau evolutivo. Os níveis estão mais relacionados
com o mundo da consciência do que com o mundo físico, ou seja, são
mais estados de consciência do que um lugar fisicamente localizado.
A atuação dos Exus
está
praticamente em todas as camadas vibracionais
e
eventualmente eles atuam
em zonas mais pesadas e pouco evoluídas
para missões especiais ou mandam seus
emissários,
pois estão mais ambientados
com
as baixas e perniciosas vibrações. Não que o Exu guardião
não possa atuar
lá,
mas porque é desnecessário criar uma guerra com os seres que
estão ligados a essas vibrações,
apenas porque se invadiu aquelas zonas. A maioria dos livros
espíritas, que tratam do assunto dos níveis vibracionais, não
chega sequer a mencionar algo além das camadas intermediárias ou
médio e alto umbral. Descrevem na maioria das vezes as camadas que
ficam às
sombras e não as trevas, pois os guias
ou mentores que
transmitem
seus conhecimentos
não podem ou não devem acessar
os planos espirituais menos evoluídos,
pois somente cabe ao Exu
guardião
acessar
essas energias. Se
os Exus
guardiões
são marginalizados, mais
ainda são as
senhoras
Guardiãs
Pombagiras.
Há
muitas pessoas que as
associam com prostitutas,
ou simplesmente, mulheres que gostam de se expor aos homens e
sedentas por sexo.
As distorções e preconceitos são características dos seres
humanos quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer
ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os. Essas nossas
guardiãs
nada mais são que espíritos desencarnados, que como os Exus,
viveram na Terra e hoje, por afinidade fluídica, militam como mais
uma corrente de trabalho dentro da Umbanda. Não temos culpa se
certos médiuns
medíocres dão passagem
à energias regressoras
ou mesmo fingem uma incorporação de uma Guardiã Pombagira,
para serem aceitos e terem suas opiniões e mesmo trejeitos aceitos
pela comunidade religiosa. Com certeza, exteriorizam somente aquilo
que suas mentes doentias acham serem certos. Dentro da hierarquia das
Guardiãs Pombagiras,
estão divididas em falanges
diversas outras Pombagiras.
É claro que em alguns casos podem ocorrer que uma delas em alguma
encarnação tivesse passado pela experiência dolorosa de ser uma
prostituta, mas, isso não significa que as Guardiãs Pombagiras
tenham sido todas prostitutas e que assim agem. As que foram, hoje
estão integradas na Umbanda, a fim de realizarem a grande reforma
íntima através da caridade e da
mediunidade evolutiva. Não
se torna uma Guardiã Pombagira
pelo simples fato de se ter errado perante as Leis Divinas. Afinal,
quem nunca errou na vida? Ser uma Guardiã Pombagira
exige preparo, conhecimento, magia, discernimento e muito amor. É
mais uma corrente de trabalho espiritual na Umbanda, onde espíritos
seletos atuam na faixa vibratória que mais se afinizam. As Guardiãs
Pombagiras
não são a representação da sexualidade e nem da sensualidade, mas
sim limitam
os desvios sexuais dos seres humanos e direcionam essas energias para
a construção da espiritualização, evitando a destruição
espiritual e material de cada ser. A sensualidade desenfreada destrói
o homem: a volúpia. Este vício moral é alimentado pelos encarnados
e desencarnados criando um ciclo ininterrupto, caso as Pombagiras
não atuem neste campo emocional, limitando
e redirecionando. As Guardiãs Pombagira
são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São
executoras da Lei. Cabem as Guardiãs Pombagiras
esgotar
os vícios ligados ao sexo, equilibrando o ser humano. Tudo que se
refere ao estudo sobre os Guardiões Exus vale também para as
Guardiãs Pombagiras,
ou seja, elas se manifestam na Umbanda através de espíritos
incorporados as suas hierarquias. Elas são energias
ativadas
através de oferendas e elementos religiosos quando ativados num
Templo. Os Exus
guardiões vitalizam
ou
desvitalizam,
as Guardiãs Pombagiras
esgotam o emocional ou despertam o desejo. As Guardiãs Pombagiras
de Trabalho são tão maravilhosas quanto os Exus
guardiões.
Elas realizam curas até mesmo de enfermidades dadas como incuráveis,
desmancham trabalhos de magia negra, resolvem problemas, nos dão
conselhos preciosos de como bem dirigir nossas vidas, enfim, fazem
tudo pelas pessoas bem
intencionadas
que as procuram para a prática da caridade. É
uma pena que ainda existam pessoas que as procuram somente para
desmanchar relacionamentos amorosos ou conquistar alguém. Os
Exus guardiões
e
as Guardiãs Pombagiras,
quando terminarem o ciclo
de trabalhos espirituais e permanência nas correntes de trabalho na
Umbanda irão para uma faixa de espiritualidade superior, e serão
conduzidas para o seu verdadeiro destino, a sua verdadeira e eterna
felicidade. Por isso, considerando que as Guardiãs Pombagiras
são energias
como nós, criaturas
em evolução,
considerando que bem orientadas por Orixás, as
Guardiãs Pombagiras
trabalhem somente para o bem, devemos tratá-las com todo carinho,
respeito e
procurar compreendê-las, pois
estão
trilhando
o seu caminho rumo à
evolução
para o caminho da redenção.
terça-feira, 21 de abril de 2015
Mediunidade e autoconhecimento
Mediunidade
– mistificações e estereótipos
Ser
médium é ser no sentido exato da palavra, mediador entre os planos
físico e espiritual, é um canal de acesso para toda energia, seja
ela boa ou ruim.
“Todo
aquele que sente, num grau qualquer, a influência de energias é,
por esse fato, médium. Ser médium não constitui, portanto, um
privilégio exclusivo. Não é errado dizer que todos são, de alguma
forma, médiuns podendo também ser aquele que recebe influência,
inspiração, conselho ou ensinamento de entidades espirituais, as
vezes, sem perceber. O médium
deve
ser aplicado, sincero, disciplinado e bondoso, evitando o orgulho e a
vaidade. Jamais
deverá se colocar
na condição de superior perante os demais irmãos, sabendo que é
apenas um instrumento.
O
médium
é
um companheiro, um trabalhador, um amigo e
sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas naturais
como todo ser humano encarnado. Geralmente, os médiuns tem
diferentes aptidões, o que
resulta em
tantas variedades de manifestações mediúnicas.
É preciso entender que a faculdade mediúnica não libera o homem
das influências dos espíritos malévolos. A mediunidade em si, na
realidade é neutra. O uso que o homem faz dela é o que importa. Ao
empregá-la, podemos nos harmonizar com os bons espíritos ou nos
relacionar com os maus. A sintonia é, portanto, fundamental na
prática mediúnica. Reservando-nos
o direito de rejeitar
as más influências espirituais e acatar as que provenham de
espíritos bons,
a mediunidade torna-se assim um instrumento de aperfeiçoamento
espiritual. Como sabemos, os espíritos
superiores
procuram inspirar-nos para o bem, enquanto espíritos
inferiores buscam induzir-nos ao mal. Em nossa caminhada evolutiva,
somos todos instrumentos das forças com as quais sintonizamos. Todos
somos médiuns dentro do campo mental que nos é próprio. Se o nosso
pensamento flui na direção da positividade,
nos
associamos
às energias edificantes. Se nos escravizamos às sombras de
pensamentos e atitudes regressoras,
entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes,
partindo
do princípio que semelhante atrai semelhante. Cada criatura vive no
plano espiritual com que se identifica. A mente permanece na base de
todos os fenômenos mediúnicos e os médiuns, quase sempre são
espíritos que resgatam débitos do passado, o que é difícil para a
criatura humana cumprir integralmente, sem enfrentar obstáculos, os
deveres que a mediunidade
lhe confia
no
plano físico. A mediunidade rende ao médium os elogios dos homens,
as felicitações, as adulações. Eis o perigo! Nessa
hora é preciso ouvir mais os guias espirituais para manter-se a uma
distância segura do grande inimigo, que é o orgulho. Para
que se alcance o objetivo verdadeiro, que é a evolução espiritual,
tanto do guia ou mentor, quanto do médium, é necessário se
conhecer e buscar conhecer também a energia espiritual à qual está
se submetendo e entender a sua própria mediunidade e como ela
funciona. Há muitos centros, terreiros, fraternidades e organizações
que buscam desenvolver a mediunidade por meio de incorporação.
Porém é importante lembrar que tudo
é energia e como tal, deve ser acessada com responsabilidade,
respeitando o momento e a doutrina de cada grupo ou corrente
mediúnica. A incorporação é uma de várias manifestações de
mediunidade, porém a mais recorrente, que organiza-se da seguinte
forma:
Consciente
Pode-se
dizer que um médium consciente é aquele que durante o transcurso do
fenômeno tem consciência plena do que está ocorrendo. O espírito
comunicante entra em contato com as irradiações perispirituais do
médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, forma
a atmosfera fluídica
capaz de permitir a transmissão de
seu pensamento ao médium, que, ao captá-lo, transmitirá com as
suas possibilidades, em termos de capacidade intelectual,
vocabulário, gestos, etc.
O
médium age como se fosse um intérprete da idéia sugerida pelo
espírito,
exprimindo-a conforme sua capacidade própria de entendimento. Esta
forma de mediunidade será tanto mais proveitosa quanto maior for o
conhecimento e qualidades
morais, a influência de espíritos bons e sábios, a facilidade e a
fidelidade na filtração das idéias transmitidas. Seu
desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua
por parte do médium.
Semi
consciente
É
a forma de mediunidade em que o
médium sofre uma semi-exteriorizacão perispirítica, permitindo
que esse fenômeno ocorra
em presença do espírito
comunicante, com o qual possui a devida afinidade; ou quando houve o
ajustamento vibratório para que a comunicação se realizasse. Há
irradiação e assimilação de fluidos emitidos pelo espírito
e pelo médium, formando a chamada atmosfera
fluídica, e
então ocorre a transmissão da mensagem do espírito
para o médium. O médium vai tendo consciência do que o espírito
transmite à medida que os pensamentos do
guia ou mentor espiritual
vão passando pelo seu cérebro, todavia o médium deverá
identificar o padrão vibratório
do espírito
comunicante, resguardando-se
de
qualquer possibilidade de procedimentos que firam as normas da boa
disciplina mediúnica. Ainda na forma semi consciente, embora em
menor grau que na consciente, poderá haver interferência do médium
na comunicação, como repetição de frases e gestos que lhe são
próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a sua
mediunidade,
observando bem as suas reações durante
o
fenômeno, para prevenir que tais fatos sejam tomados como
mistificação. Geralmente, o médium sente uma frase a lhe repetir
insistentemente no cérebro e somente após emitir essa primeira
frase é que as outras surgirão. Terminada a transmissão da
mensagem, muitas vezes o médium só lembra, vagamente, do assunto
que foi tratado, mas
não de todo seu conteúdo.
Inconsciente
Esta
forma de mediunidade de incorporação caracteriza-se pela
inconsciência do médium quanto a mensagem que por seu intermédio é
transmitida. Isto se verifica por se dar uma exteriorização
perispiritual total do médium. O
fenômeno acontece
como nas formas anteriores mas
de forma
mais intensa. Na
exteriorização
perispiritual, são
indispensáveis a
afinidade
com o
guia ou mentor
que se comunicará, emissão e assimilação de fluidos e
formação
da atmosfera necessária para que a mensagem seja
transmitida
por intermédio dos órgãos do médium. Embora inconsciente da
mensagem, o médium é consciente do fenômeno que está se
verificando, permanecendo, muitas vezes, junto da entidade
comunicante, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando tem
plena confiança no espírito
que se comunica, poderá afastar-se em outras atividades. O médium,
mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável pela boa
ordem do desempenho mediúnico, porque somente com o
seu consentimento, o espírito poderá realizar algo.
Os Espíritos esclarecem que quando um Espírito se acha desprendido
do seu corpo, quer pelo sono físico, quer pelo transe espontâneo ou
provocado, e algo estiver iminente a lhe causar dano ao corpo, ele
imediatamente despertará. Assim também acontecerá com o médium
bem
desenvolvido,
mesmo estando em condições de passividade total; se o espírito
comunicante quiser lhe causar algum dano ou realizar algo que venha
contra seus princípios, ele imediatamente tomará o controle do seu
organismo, despertando.
Geralmente,
o médium, ao recobrar sua consciência, nada ou bem pouco recordará
do ocorrido ou da mensagem transmitida. Fica uma sensação vaga,
comparável ao despertar de um sonho pouco nítido em que fica uma
vaga impressão, mas que a pessoa não saberá afirmar com certeza do
que se tratou. Nos casos em que é deficiente ou viciosa a educação
mediúnica, não há a facilidade do intercâmbio, faltando liberdade
e segurança; o médium reage à exteriorização perispirítica,
dificultando o desligamento e quase sempre dificulta a comunicação.
Algumas vezes se torna necessário, para o prosseguimento da educação
mediúnica, nos desenvolvimentos, que os guias ou mentores
encarregados de tal desenvolvimento auxiliem o médium para que a
exteriorização aconteça. Para evitar o perigo da obsessão, eles
cuidarão de exercitar o médium com os espíritos comunicantes que
não lhe ofereça perigo. Todavia, ainda nesse caso, a
responsabilidade pelo desenvolvimento mediúnico está entregue ao
médium. O mesmo não acontece no fenômeno obsessivo. A mediunidade
inconsciente é uma das mais raras no gênero. Para que o médium se
entregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário
que ele tenha confiança na sua mediunidade, nos espíritos que o
assistem e, principalmente, no ambiente espiritual da corrente mediúnica a qual frequenta.
domingo, 19 de abril de 2015
A magia das folhas
Ewé assà! As folhas dão certo |
Kosì ewé, kosì orixà - Sem folha, não há orixá |
As folhas e os orixás se dividem da seguinte forma:
Essas são algumas folhas e suas características:
Pata de vaca
A branca é usada para banhos e abô de Omolú e Nanã. A rosa é para Oyà. O chá dessa folha é usado como complemento no tratamento do diabetes.
Folha de fortuna
Usada para orixás fun fun (que só aceitam a cor branca) e para Orì (obrigações de cabeça). Essa folha pode ser usada externamente em tumores e furúnculos e internamente para úlceras gástricas, tosse e infecções internas, pois possui substâncias antibacterianas, antivirais e antifúngicas.
Nicurizeiro ou Baunilha de Nicuri
Usada para banhos e abô de Osayin. Essa folha é usada por produtores de essências para fins culinário.
Erva Capitão
Banhos e abô de Oxun. Folha usada para banhos de prosperidade e serve como recipiente para servir o Ipetè (comida do orixá Oxun). Suas flores são grandes e exuberantes.
Orìpépé
Para abô de Exú (folhas e flores) e em pó para feitiço. Essa erva também pode ser usada para o abô de Oxun (apenas as folhas). Essa folha pode ser usada para infecções na boca e garganta, a infusão das folhas e flores é usada para dor de dente e estomatite, além de ser um ótimo diurético e fonte de vitamina C.
Romã
Banho e abô de Xangô e Ogun. A fruta atua como antioxidante e anti-inflamatório para garganta. Suas folhas piladas servem para irritação nos olhos. De acordo com pesquisadores, a romã ajuda a frear a multiplicação de células cancerígenas.
Umbaúba ou Embaúba
Branca - para banhos e abô de Yemanjà e Osayin.
Roxa - Para banhos e abô de Xangô, Oyà e Nanã. O uso interno do sumo das folhas de Embaúba alivia tosses e ajuda a controlar a pressão arterial. O uso externo trata feridas causadas por insetos venenosos.
Picão
Usada para banho e abô de exu. Esta folha ajuda a controlar distúrbios menstruais e hepatite. Também ajuda a tratar picadas de animais e insetos venenosos.
Fedegoso / Mata-pasto / Candelabro
Folha usada para banhos e abô dos orixás Exu, Oyà e Omolù. É usada para sacudimentos e combate a febres.
Aroeira
Folha usada nos banhos e abô dos orixás Ogun, Oxossi, Xangô e Osayin. Usada em sacudimentos e como antisséptico no caso de fraturas e feridas expostas (uso externo).
Akoko
Folha sagrada dos orixás Oxossi, Osayin, Oyà e Ogun. Suas folhas representam o reconhecimento e a realeza. Nenhum rei é considerado rei, se em sua cabeça não tiver levado Akoko. Essa folha também está associada ao culto de Babà Egun.
Cipó Milomi / Jarrinha / Mil homens
Folha pertencente aos orixás Osayin, Oxun, Nanã e Yemanjà. Folha para rituais iniciáticos, seu uso se restringe às casas de axé. Essa folha pode ser usada como antídoto para veneno de cobra. Folha muito perigosa para mulheres grávidas.
Pinhão roxo
Folha usada nos banhos e abô dos orixás Oyà e Xangô. Usada para sacudimentos, essa folha serve como curativo para feridas (uso externo).
Manjericão branco
Folha usada nos banhos e abô dos orixás Oxun, Yemanjà e Oxalà. Serve para auxiliar no tratamento de gases, cólicas intestinais e infecções urinárias. Seu uso é muito comum na culinária.
Melão de São Caetano
Folha usada nos banhos e abô dos orixás Oxumare, Nanã, Omolú e Ewà. Planta de uso exclusivo das casas de axé. Não recomendável para gestantes.
Erva Tostão
Banhos e abô dos orixás Xangô e Oyà. Contra feitiços, pode ser usada em banho ou em pó. Possui princípios diuréticos.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
O baralho comum na Cartomancia
Todos sabem que o baralho comum possui 52 cartas e serve para entreter as pessoas com suas diversas modalidades de jogos como buraco, canastra, bisca, truco etc. Mas poucos sabem que este mesmo baralho também é utilizado como oráculo, usando as cartas para consultar o passado, presente e futuro.
No baralho comum há 16 cartas a mais que no baralho cigano, e as cartas utilizadas para adivinhação podem ser as seguintes:
1º carta: 9 de copas |
Esta carta simboliza o homem em ação, em busca da sabedoria, da auto confiança e do conhecimento interior. Também é a criatividade presente no ser humano. Representa as ações, a capacidade de mudar o rumo das coisas.
2º carta: 6 de ouro |
Esta carta simboliza os tropeços da vida, as desorientações, mas que não trazem muitas preocupações porque são problemas passageiros, de fácil solução.
3º carta: 10 de espadas |
Esta carta simboliza mudanças ou transformações e a importância de todos os sentimentos.
4º carta: Rei de copas |
Esta carta simboliza a confiança, a prosperidade, o amor, o apoio familiar e também o equilíbrio cósmico.
5º carta: 7 de copas |
Esta carta simboliza a fertilidade permanente na vida do ser humano, a troca de energias positivas e também a força da vitalidade que existe em cada um.
6º carta: Rei de paus |
Esta carta simboliza a instabilidade emocional, sensação de incapacidade em resolver os problemas. Também é sinal de mudanças lentas e tristeza.
7º carta: Dama de paus |
Esta carta simboliza muita carga negativa, significa que traição e forças externas ocultas estão agindo em seu campo astral. Também simboliza a homossexualidade.
8º carta: 9 de ouro |
Esta carta simboliza a morte, mas não a morte física, aponta para momentos de ruptura, mudanças de objetivo e recomeço. Por outro lado, refere-se às forças ocultas do inconsciente que podem levar à destruição, mas também à evolução.
9º carta: Dama de espadas |
Esta carta simboliza a vida na sua plenitude, alegria e beleza, a fraternidade e a união das pessoas. Também indica a realização de todas as possibilidades e sonhos.
10º carta: Valete de ouro |
Esta carta simboliza a destruição do tempo e a morte. É a perda dolorosa no momento certo, o perigo, a transformação e o desprendimento; rompimento brusco.
11º carta: Valete de paus |
Esta carta simboliza a força e o poder mental. Também pode indicar o poder judiciário e a chance de um acordo em família.
12º carta: 7 de ouro |
Esta carta simboliza uma vida sentimental feliz, mas também um momento de espera para que as coisas aconteçam. Tudo em seu tempo. É necessário paciência e saber esperar.
13º carta: Valete de espadas |
Esta carta simboliza a alegria, a própria inocência, a naturalidade e a espontaneidade ainda presente no coração das pessoas. Representa a esperança e o otimismo.
14º carta: 9 de paus |
Esta carta simboliza as armadilhas da vida, as traições, a deslealdade e a salvação pela astúcia. É necessário confiar mais na sua intuição.
15º carta: 10 de paus |
Esta carta simboliza falsidade dos amigos. Também mostra a inveja de pessoas próximas e queridas.
16º carta: 6 de copas |
Esta carta simboliza sua força espiritual e da sua intuição, energias que devem vir à tona nos momentos difíceis de sua jornada. Acredite mais na sua capacidade.
17º carta: Dama de copas |
Esta carta simboliza novidades, em muitos setores de sua vida, imprevistos e surpresas estão por vir. Não tenha medo do novo.
18º carta: 10 de copas |
Esta carta simboliza a amizade leal, sincera, a força, o apoio e o carinho das pessoas amigas.
19º carta: 6 de espadas |
Esta carta simboliza o "eu" verdadeiro. Também mostra que você passa por uma fase necessária de busca de autoconhecimento e elevação espiritual.
20º carta: 8 de espadas |
Esta carta simboliza a família e as sementes boas ou ruins que plantamos em nossos caminhos. É hora de colher tudo o que plantou.
21º carta: 8 de paus |
Esta carta simboliza a força, o equilíbrio, a perseverança, a justiça e também é o aleta para o perigo próximo. Se aparecer perto do As de copas "28ºcarta" ou As de espadas "29ºcarta", mostra o alcance de seus objetivos. Caso contrário, é sinal de perda do que já foi conquistado em sua vida.
22º carta: Dama de ouro |
Esta carta simboliza que seus caminhos estão abertos e que poderá existir uma saída para todos os problemas que surgirem. Você está no caminho certo.
23º carta: 7 de paus |
Esta carta simboliza que algo importante de sua vida está sendo subtraído na saúde e no setor material. Momento de alerta com possíveis decepções e problemas de saúde.
24º carta: Valete de copas |
Esta carta simboliza o amor fraternal, a solidariedade universal, a paixão forte e a felicidade que está eminente neste momento de sua vida. Indica uma nova paixão e também doação de si.
25º carta: As de paus |
Esta carta simboliza uma união duradoura, possibilidade de um relacionamento amoroso firme, parceria ou alianças favoráveis no campo profissional.
26º carta: 10 de ouro |
Esta carta simboliza a necessidade de aquisição de conhecimento, cultura e busca da sabedoria. Não tenha medo de colocar a sua capacidade à prova. Um segredo pode ser revelado.
27º carta: 7 de espadas |
Esta carta simboliza comunicação, informação e também é um aviso para guardar seus segredos. Alguma notícia está a caminho, podendo ser boa ou ruim, de acordo com as cartas seguintes.
28º carta: As de copas |
Esta carta simboliza o homem ideal e honesto para as mulheres. Esta carta representa o consulente do sexo masculino. Caso o consulente seja uma mulher, também representa a chegada de um homem ideal em sua vida, mas pode dizer respeito a algum homem próximo (pai, irmão, amigo ou namorado) de acordo com a leitura das demais cartas.
29º carta: As de espadas |
Esta carta simboliza a amada para os homens. Esta carta representa o consulente do sexo feminino. Caso o consulente seja um homem, representa a chegada de uma mulher ideal em sua vida, mas pode dizer respeito a alguma mulher próxima (mãe, irmã, amiga ou namorada) de acordo com a leitura das demais cartas.
30º carta: Rei de espadas |
Esta carta simboliza a paz interior, harmonia e vida feliz. Os problemas finalmente estarão sendo superados e você poderá desfrutar de sua tranquilidade.
31º carta: As de ouro |
Esta carta simboliza a plenitude da vida, a energia e o positivismo. Esta é uma carta alto-astral. Momento de crescimento e esclarecimento com relação a assuntos que estavam indefinidos. Força e iluminação.
32º carta: 8 de copas |
Esta carta simboliza a inconstância, a dúvida, os elementos ocultos. Terá reconhecimento pelos esforços, grande força interior e intuição aflorada.
33º carta: 8 de ouro |
Esta carta simboliza o sucesso, é a chave que abre as portas para os dias melhores que estão chegando. Momentos de realização o aguardam, a chave para o sucesso encontra-se em suas mãos.
34º carta: Rei de ouro |
Esta carta simboliza bens materiais, negócios e também é sinal de lucros que vão aparecer na sua vida. Indica sucesso, lucros e bons negócios. Mas se estiver rodeada por cartas negativas, pode significar algum fracasso.
35º carta: 9 de espadas |
Esta carta simboliza segurança material e financeira. Momento de muita segurança e autoconfiança. Para os negócios, segurança e estabilidade. Para o amor, depende da localização da carta: é sinal de um relacionamento sólido, mas se estiver próxima de outras cartas ruins, quer dizer que este amor poderá passar por períodos de inconstância.
36º carta: 6 de paus |
Esta carta simboliza a vitória em todos os sentidos, não importando os obstáculos que estejam em seu caminho. Representa sofrimento mas também vitórias. A cruz é poder. Haverá vitória após sacrifícios e proteção em todos os setores. Realização por merecimento.
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