terça-feira, 21 de abril de 2015

Mediunidade e autoconhecimento


Mediunidade – mistificações e estereótipos

Ser médium é ser no sentido exato da palavra, mediador entre os planos físico e espiritual, é um canal de acesso para toda energia, seja ela boa ou ruim.
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência de energias é, por esse fato, médium. Ser médium não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Não é errado dizer que todos são, de alguma forma, médiuns podendo também ser aquele que recebe influência, inspiração, conselho ou ensinamento de entidades espirituais, as vezes, sem perceber. O médium deve ser aplicado, sincero, disciplinado e bondoso, evitando o orgulho e a vaidade. Jamais deverá se colocar na condição de superior perante os demais irmãos, sabendo que é apenas um instrumento. O médium é um companheiro, um trabalhador, um amigo e sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas naturais como todo ser humano encarnado. Geralmente, os médiuns tem diferentes aptidões, o que resulta em tantas variedades de manifestações mediúnicas. É preciso entender que a faculdade mediúnica não libera o homem das influências dos espíritos malévolos. A mediunidade em si, na realidade é neutra. O uso que o homem faz dela é o que importa. Ao empregá-la, podemos nos harmonizar com os bons espíritos ou nos relacionar com os maus. A sintonia é, portanto, fundamental na prática mediúnica. Reservando-nos o direito de rejeitar as más influências espirituais e acatar as que provenham de espíritos bons, a mediunidade torna-se assim um instrumento de aperfeiçoamento espiritual. Como sabemos, os espíritos superiores procuram inspirar-nos para o bem, enquanto espíritos inferiores buscam induzir-nos ao mal. Em nossa caminhada evolutiva, somos todos instrumentos das forças com as quais sintonizamos. Todos somos médiuns dentro do campo mental que nos é próprio. Se o nosso pensamento flui na direção da positividade, nos associamos às energias edificantes. Se nos escravizamos às sombras de pensamentos e atitudes regressoras, entramos em sintonia com forças perturbadoras e deprimentes, partindo do princípio que semelhante atrai semelhante. Cada criatura vive no plano espiritual com que se identifica. A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos e os médiuns, quase sempre são espíritos que resgatam débitos do passado, o que é difícil para a criatura humana cumprir integralmente, sem enfrentar obstáculos, os deveres que a mediunidade lhe confia no plano físico. A mediunidade rende ao médium os elogios dos homens, as felicitações, as adulações. Eis o perigo! Nessa hora é preciso ouvir mais os guias espirituais para manter-se a uma distância segura do grande inimigo, que é o orgulho. Para que se alcance o objetivo verdadeiro, que é a evolução espiritual, tanto do guia ou mentor, quanto do médium, é necessário se conhecer e buscar conhecer também a energia espiritual à qual está se submetendo e entender a sua própria mediunidade e como ela funciona. Há muitos centros, terreiros, fraternidades e organizações que buscam desenvolver a mediunidade por meio de incorporação. Porém é importante lembrar que tudo é energia e como tal, deve ser acessada com responsabilidade, respeitando o momento e a doutrina de cada grupo ou corrente mediúnica. A incorporação é uma de várias manifestações de mediunidade, porém a mais recorrente, que organiza-se da seguinte forma:

Consciente
Pode-se dizer que um médium consciente é aquele que durante o transcurso do fenômeno tem consciência plena do que está ocorrendo. O espírito comunicante entra em contato com as irradiações perispirituais do médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, forma a atmosfera fluídica capaz de permitir a transmissão de seu pensamento ao médium, que, ao captá-lo, transmitirá com as suas possibilidades, em termos de capacidade intelectual, vocabulário, gestos, etc.
O médium age como se fosse um intérprete da idéia sugerida pelo espírito, exprimindo-a conforme sua capacidade própria de entendimento. Esta forma de mediunidade será tanto mais proveitosa quanto maior for o conhecimento e qualidades morais, a influência de espíritos bons e sábios, a facilidade e a fidelidade na filtração das idéias transmitidas. Seu desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua por parte do médium.


Semi consciente
É a forma de mediunidade em que o médium sofre uma semi-exteriorizacão perispirítica, permitindo que esse fenômeno ocorra em presença do espírito comunicante, com o qual possui a devida afinidade; ou quando houve o ajustamento vibratório para que a comunicação se realizasse. Há irradiação e assimilação de fluidos emitidos pelo espírito e pelo médium, formando a chamada atmosfera fluídica, e então ocorre a transmissão da mensagem do espírito para o médium. O médium vai tendo consciência do que o espírito transmite à medida que os pensamentos do guia ou mentor espiritual vão passando pelo seu cérebro, todavia o médium deverá identificar o padrão vibratório do espírito comunicante, resguardando-se de qualquer possibilidade de procedimentos que firam as normas da boa disciplina mediúnica. Ainda na forma semi consciente, embora em menor grau que na consciente, poderá haver interferência do médium na comunicação, como repetição de frases e gestos que lhe são próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a sua mediunidade, observando bem as suas reações durante o fenômeno, para prevenir que tais fatos sejam tomados como mistificação. Geralmente, o médium sente uma frase a lhe repetir insistentemente no cérebro e somente após emitir essa primeira frase é que as outras surgirão. Terminada a transmissão da mensagem, muitas vezes o médium só lembra, vagamente, do assunto que foi tratado, mas não de todo seu conteúdo.


Inconsciente
Esta forma de mediunidade de incorporação caracteriza-se pela inconsciência do médium quanto a mensagem que por seu intermédio é transmitida. Isto se verifica por se dar uma exteriorização perispiritual total do médium. O fenômeno acontece como nas formas anteriores mas de forma mais intensa. Na exteriorização perispiritual, são indispensáveis a afinidade com o guia ou mentor que se comunicará, emissão e assimilação de fluidos e formação da atmosfera necessária para que a mensagem seja transmitida por intermédio dos órgãos do médium. Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno que está se verificando, permanecendo, muitas vezes, junto da entidade comunicante, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando tem plena confiança no espírito que se comunica, poderá afastar-se em outras atividades. O médium, mesmo na incorporação inconsciente, é o responsável pela boa ordem do desempenho mediúnico, porque somente com o seu consentimento, o espírito poderá realizar algo. Os Espíritos esclarecem que quando um Espírito se acha desprendido do seu corpo, quer pelo sono físico, quer pelo transe espontâneo ou provocado, e algo estiver iminente a lhe causar dano ao corpo, ele imediatamente despertará. Assim também acontecerá com o médium bem desenvolvido, mesmo estando em condições de passividade total; se o espírito comunicante quiser lhe causar algum dano ou realizar algo que venha contra seus princípios, ele imediatamente tomará o controle do seu organismo, despertando.
Geralmente, o médium, ao recobrar sua consciência, nada ou bem pouco recordará do ocorrido ou da mensagem transmitida. Fica uma sensação vaga, comparável ao despertar de um sonho pouco nítido em que fica uma vaga impressão, mas que a pessoa não saberá afirmar com certeza do que se tratou. Nos casos em que é deficiente ou viciosa a educação mediúnica, não há a facilidade do intercâmbio, faltando liberdade e segurança; o médium reage à exteriorização perispirítica, dificultando o desligamento e quase sempre dificulta a comunicação. Algumas vezes se torna necessário, para o prosseguimento da educação mediúnica, nos desenvolvimentos, que os guias ou mentores encarregados de tal desenvolvimento auxiliem o médium para que a exteriorização aconteça. Para evitar o perigo da obsessão, eles cuidarão de exercitar o médium com os espíritos comunicantes que não lhe ofereça perigo. Todavia, ainda nesse caso, a responsabilidade pelo desenvolvimento mediúnico está entregue ao médium. O mesmo não acontece no fenômeno obsessivo. A mediunidade inconsciente é uma das mais raras no gênero. Para que o médium se entregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário que ele tenha confiança na sua mediunidade, nos espíritos que o assistem e, principalmente, no ambiente espiritual da corrente mediúnica a qual frequenta.





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